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62. Os Romances e o Folhetim
A grande popularidade do romance começou na Inglaterra com as obras de Sir Walter Scott e Ann Radcliffe. No entanto, somente no fim da década de 1830 é que se tornou pela primeira vez um gênero dominante na França, pelo menos no que concerne ao mercado de livros, com Balzac, Dumas pai, Alphonse Karr, Paul de Kock, Soulié e Eugène Sue. Sua expansão teve início na França quando os jornais da época, excessivamente enfadonhos, começaram – por volta de 1827 – a depender das rendas auferidas com a publicidade (costume imitado da Inglaterra) e se viram forçados, em conseqüência, a empenhar=se numa guerra para aumentar a circulação. Adotaram a solução de caçar os leitores com o roman-feuilleton, ou ficção em série. A Revue de Paris introduziu a ideia no final da década de 1820, mas somente por volta de 1836 é que a prática se generalizou. Nessa ocasião, até mesmo o sóbrio Journal des débats teve o arrojo de publicar em série, em 1837-1838, as Mémoires du diable, de Soulié, e, em 1842-1843, os Mystères de Paris, de Sue. Para avaliar o possível impactos de um romance-folhetim popular basta vermos o exemplo do Constitutionel, cuja circulação, após cair 9000exemplares em 1836 para 3600 em 1844, subiu para 25000 em 1845-1846, graças ao Juif errant, de Sue.
A publicação na forma de folhetim encorajava os complicados enredos melodramáticos, sendo cada parte planejada para terminar de forma a deixar o leitor aguardando ansiosamente a continuação  – exatamente como fazem as telenovelas de nossos dias.
O Brasil, como sempre o fizera, imitou a França, embora não antes de 1839.

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