— Agência, bom…
— Você viu o que ela fez?
— …Dia!
— Para de brincadeira é muito sério. Você viu o que a agente fez?
— Ainda não estou entendendo…
— Como não? A agente mudou tudo? Tudo e mais tudo?
— Mudou o quê? Ela continua com o mesmo corte de cabelo. Trabalhando como agente no modo acelerado dela. O que ela mudou afinal?
— Vou repetir tudo o que você já sabe, Faxi.
— Toda ouvidos.
— A agente mudou, depois de 27 anos, o nome da empresa por causa de um tal artista plástico que entrou na lista dos representados dela.
— Ah! É isso. Você não gostou do novo nome? Achei ótimo. Uma palavra só. E contaram que era usado para templos no passado do passado bem antigo.
— E ainda, sem site na rede?
— O site logo estará no ar, talvez bem antes de você ser vacinada.
— E mais, está divulgando um WhatsApp Business que nem sei se existe?
— Uai, testa para ver se funciona. Manda uma mensagem para a agente. Pode ser de bom dia!
— Você acha certo perder 27 anos de história, só por causa de um tal artista plástico que nem se sabe se é importante?
— Uai, a agente não morreu, a história continua com ela, não é assim?
— Mas a agência literária tinha 27 anos de histórias!
— E a nova empresa recomeça com todas as histórias na maleta dos 27 anos que veio com ela, ou não?
— Impossível fazer você entender algo hoje.
_ Posso dar um conselho?
— Deve.
— Ou você aceita a mudança ou você aceita a mudança. Porque vem muita coisa boa para você nessa nova e velha empresa Zigurate.
— Sei não. Vou ficar no estado desconfioso.