— Agência…
— É da agência literária?
— Sim senhora.
— Posso me apresentar.
— Sim.
— Eu sou escritora, já fiz mais de 100 cursos em São Paulo, Rio e até Recife.
— Você gosta de curso.
— E também sei bastante sobre capa, projeto gráfico, ISBN, diagramação, revisão, preparação do texto ao livro, ficha de catalogação…
— Tudo isso?
— Entendi que era importante. Principalmente, agora, que o cinema e a televisão tem mudado a ordem das ações nos romances…
— Ah, você também gosta de história de amor?
— Gosto, mas entendo que elas estão mais aceleradas com as redes sociais e a conexão ao mundo via internet.
— Em que posso ajudar?
— Gostaria de conhecer e mostrar meus projetos para a você?
— Você escreve, então?
— Sim tenho várias escaletas. Gostaria da opinião dela. Todas voltadas para o público jovem adulto, no formato bem parecido com diário de meninas de 10 anos e seus problemas existenciais.
— E texto pronto para ser publicado, você também tem?
— Justamente sobre isso que gostaria de conversar pessoalmente com você.
— Mas eu não sou agente.
— Não?
— Não. Trabalho aqui com faxi.
— Você quem marca o horário entre agente e eu?
— Só quando você tiver um texto pronto para publicar, e que seja muito boa a sua história, porque coisas ruins chegam em pacotes aqui.
— Bip, bip e bip. Só desligando na cara dessa tal faxi, para não ser mais estúpida do que ela.