O escritor Jacyr Pasternak, nascido em 13 de maio de 1940, é médico formado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É especialista em hematologia e infectologia, doutorado em 1978 na UNICAMP, fellowship no MDAnderson Hospital, University of Texas Cancer Center, 1980 e 1981.
Durante sua trajetória, Pasternak ocupou vários cargos em serviços públicos, incluindo o de diretor do Hospital do Instituto de Assistência ao Servidor Público Estadual. Foi casado por 54 anos, teve 4 filhos, 6 netos e, no momento, 80 anos de vida.
E tem história para contar: passou por vários episódios de doenças infecciosas atacando em massa: seu primeiro emprego foi no serviço de Poliomielite do Hospital das Clinicas da USP, onde teve o prazer de ver a doença sumir depois da vacinação. Mas passou pela grande epidemia de meningite meningocócica de 1974 – aquela na qual o governo militar tentou esconder da população. Pelo menos o tal governo militar conseguiu fazer uma vacinação em massa e, mais uma vez, a vacinação acabou com o surto. Também viveu duas pandemias de gripe e a pandemia do HIV – os primeiros casos brasileiros foram percebidos assim que chegou do seu fellowhip em Houston, Texas. Achou que para uma vida de infectologista 5 epidemias seriam mais do que suficiente, mas foi aquinhoado com mais uma, a do SARS Covid 2 que nos inferniza no momento.
O gosto pelo gênero policial
Pasternak sempre gostou de ler policiais: “Temos poucos no Brasil, e uma das explicações para tal é que para haver um romance policial precisa existir um sistema de justiça que funcione e uma polícia que use recursos mais sofisticados do que o pau de arara e outras maneiras de obter confissões espontâneas. É claro que temos excelentes autores policiais no Brasil como Ruben Fonseca e Luiz Garcia Rosa. Mas a literatura policial que começou com Edgar Allan Poe se disseminou nos Estados Unidos, nos países escandinavos, no Canadá – tem coisa melhor que um livro de Peter Robinson? – na Inglaterra e até na Itália que, apesar de algumas semelhanças jurídicas em nosso querido país, só lá e aqui temos 4 instâncias jurídicas que permitem apelos, mais apelos e agravos e desagravos, de tal modo que você pode matar alguém hoje e ser preso 25 anos depois, se vivo estiver…”
Jacyr escreveu alguns contos policiais. Foram publicados por editoras de livros médicos e circularam no meio médico apenas. “Mas achei que tinha folego para mais, e acabei publicando um livro de 450 páginas – algo raro neste País – Assassinato na Alameda Campinas, recém-lançado pouquíssimo tempo, com preparação e edição do premiado escritor Fernando Nuno.