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A Maldição do Czar

Ponterroaux fez sinal para que se aproximasse, levando-o até bem perto do corpo do roedor. O repórter prendeu a respiração diante da cena, notando a mancha no casaco do agente no exato local em que o assassino havia-lhe desferido o golpe. Soltou um miado ao deparar-se com seu olhar petrificado, sem vida, fixo naquele pequeno objeto cujo brilho refletia em seus olhos, enquanto palavras pareciam prestes a escapulir de sua boca, revelando sua última visão. Um dos dedos da pata dianteira, ainda embebido em sangue, apontava para uma medalha no chão, ao lado do corpo, presa à fina corrente que arrancara do próprio pescoço, quem sabe num último gesto. Havia ao redor dela um círculo — não um círculo qualquer, mas um desenhado com o próprio sangue. Suas linhas assumiram, diante do felino, uma forma assustadora, quase demoníaca.
— Uma cobra… — disse o gato, espantado, ao examinar a figura de perto: um réptil encontrando a própria cauda, fechando-se em torno do objeto dourado.

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