— Agência literária.
— Oi, como vai você?
— Bem e você?
— Estou bem sim, produzindo muito. Tenho conseguido escrever três horas por dia.
— Nossa, isso deve dar um monte de livros.
— Tomara que dê.
— A agente está?
— Acabou de entrar em uma reunião.
— Você sabe se vai demorar?
— Essa acho que vai sim. Pois fechou a porta, pediu água, café e biscoitos. Por que?
— Queria tanto falar com ela…
— Tenta por e-mail. Tentou?
— Sim, por e-mail falo sempre com ela. Já trocamos mais de 400.
— Nossa, quantos? Tudo isso no último mês?
— Em um mês é quase impossível.
— Ufa.
— Foram 400 e-mails em um semestre. São quase três e-mails por dia.
— Você escreve para ela, três vezes por dia?
— Sim.
— E quando consegue escrever três horas?
— Escrevo sempre a noite. Bom, avisa ela que liguei, e, por favor, pede para retornar.
— Falo sim.
— Bip, bip.
— Só porque ela quer. Depois de ler os e-mails dela três vezes por dia, ainda, vou fazer a agente falar com ela por telefone. Ela devia era escrever oito horas por dia para dar paz a agente.